Evolução das cuecas das mulheres ao longo dos tempos.
Mulher sem mãos a medir....Os homens não ajudavam rigorosamente em nenhuma actividade de casa.
O que mudou em 100 anos.Conhecendo a lei da maioria dos países, não existe qualquer diferença entre um homem e uma mulher. Mas... a realidade demonstra outra situação! As mulheres continuam a ser alvo de discriminação, designadamente a precariedade e exploração laboral, os baixos salários, o tráfico de mulheres, as desvantagens na carreira profissional e a violência masculina.
Sem igualdade entre homens e mulheres, nunca teremos uma sociedade plenamente justa, democrática, desenvolvida e respeitadora dos seres humanos. A igualdade entre homens e mulheres implica o respeito pela diferença e não a sua hierarquização.
Os homens portugueses não trabalham muito menos em casa do que os outros países da Europa Ocidental. As mulheres é que trabalham muito mais.
“Lavar a loiça não diz comigo, passar a ferro não diz comigo e há coisas que só mesmo a mãe faz” diz um português de 37 anos. 75% do trabalho faz ela e os 25% faz ele. Ele tem missões que lhe estão exclusivamente atribuídas. Ir ás compras, por exemplo ao fim-de-semana. Outras que são feitas alternadamente por um ou por outro: o jantar, o banho, as crianças…
Ainda diz: “em casa ninguém trata da roupa como ela, por exemplo. Como se houvesse coisas que são intrinsecamente femininas, será sempre a mulher a carregar o maior peso”.
O professor Knud Knudsen, de uma Universidade da Noruega, nota que em média os maridos fazem pouco mais do que um quarto do trabalho doméstico e que às mulheres cabem os três quartos que sobram.
Só em oito países o número médio de horas que as mulheres dedicam ao trabalho doméstico (excluindo os cuidados às crianças) é maior do que em Portugal.
(Portugal faz parte do grupo dos 12 países onde o tempo médio semanal que os homens dedicam à casa e à família é inferior a seis horas por semana).
O tempo que os casais gastam com as tarefas domésticas e a forma como as distribuem são influenciadas pela posição da mulher na sociedade e o nível económico do país.
A Dinamarca apresenta a menor diferença entre homens e mulheres: 13 horas semanais de trabalho doméstico para elas, pouco mais de sete para eles.
Os homens mexicanos são os que mais trabalham em casa: dedicam-lhe 14 por semana.
Um português de 35 anos afirma que “não há mais homens dedicados às tarefas caseiras porque as mulheres não puxam por eles” e também “em solteiro, não cozinhava, e quando era criança nunca vi o meu pai a ajudar”.
As mulheres que têm rendimentos mais altos do que os maridos ou menos tempo disponível para além do trabalho profissional tendem, de facto, a estar numa situação menos desigual de partilha de tarefas domésticas.
Ao longo de algumas décadas, foram proclamadas medidas políticas que pretendem esbater a desigualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos adoptada e proclamada pela Assembleia Geral da ONU em 10 de Dezembro de 1948 determinou o respeito e a igualdade de todos os seres humanos.
No entanto a profunda desigualdade de género permaneceu oculta várias décadas até que finalmente em 1933 foi proclamado que os “direitos humanos das mulheres e das raparigas são uma parte inalienável integrante e indivisível dos Direitos Humanos Universais”.
Posteriormente, em 1995, resultou da Declaração da Humanidade “os Direitos das Mulheres são Direitos Humanos”.
No art. 13º da Constituição da República de 1976: “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social.”
Portugal em 1980, ratifica a convenção sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação contra as Mulheres.
"Qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo que tenha como efeito ou como objectivo comprometer ou destituir o reconhecimento, o gozo ou o exercício pelas mulheres, seja qual for o seu estado civil, com base na igualdade dos homens e das mulheres, dos direitos do homem e das liberdades fundamentais nos domínios político, económico, cultural e civil ou em qualquer outro domínio”.
O Dia Internacional da Mulher simboliza a luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. Efectivamente, a celebração deste dia é um sinal evidente de algumas conquistas económicas, políticas e sociais alcançadas pelas mulheres. O Dia Internacional da Mulher criado pelas Nações Unidas, em 1975 é celebrado a 8 de Março de todos os anos.
A ideia de existir um Dia Internacional da Mulher, surgiu a partir de alguns movimentos que se iniciaram na viragem do séc. XX. Algumas operárias de uma fábrica têxtil, protestaram no dia 8 de Março de 1857 as suas precárias condições de trabalho e reduzido salários. Conta a história que tal protesto culminou com a morte das manifestantes num incêndio da fábrica onde foram presas. Ao ser assinalado o Dia Internacional da Mulher, pretende-se discutir o papel da mulher na sociedade actual, através da realização de conferências, debates, acções de sensibilização…o objectivo é diminuir, e quem sabe, um dia eliminar o preconceito e a desvalorização da mulher.

- As mulheres vivem em média mais sete anos que os homens.
Em 1975, as mulheres podiam esperar viver, em média 72 anos e os homens 65 anos, em 2005, os valores ascendiam a 81 e 75 anos, respectivamente. Prevê-se que, em 2025, haja um ganho na esperança de vida de cerca de 2 anos para as mulheres e de 2,5 anos para os homens, atingindo, em 2050 cerca de 85 e 79 anos, respectivamente.
- As mulheres têm menos filhos e cada vez mais tarde.
Em 1975, cada mulher, tinha em média 2,6 crianças, tendo esse valor passado para 1,4 crianças em 2005. O início da década de 80 do século passado que o nível de substituição de geração (2,1 crianças por mulher) não é assegurado em Portugal. No cenário base das ultimas projecções demográficas, aponta-se para a continuação do decréscimo do Índice Sintético de Fecundidade até 2010, recuperando a partir desse ano, e atingindo em 2050 o índice de 1,7 crianças, em média, por mulher.


in Diário de Coimbra - 10/01/2008
Muitos condicionalismos restringem a liberdade de escolha dos indivíduos na conciliação do trabalho com a vida privada, designadamente a falta de serviços de acolhimento de crianças, os aspectos financeiros, a penalização da carreira, as dificuldades de regressar ao emprego ou a pressão dos estereótipos.
- Os regimes de licenças deveriam ser revistos de forma a facilitar uma repartição mais equitativa das responsabilidades privadas e familiares entre homens e mulheres e favorecem assim a qualidade de vida e o bem-estar das crianças.
- É importante garantir que as licenças parentais se dirigem tanto aos homens como ás mulheres;
- Estudar deveria ser a oportunidade de criação de um regime de licença para assistência a progenitores idosos que seja aliciante tanto para homens como para mulheres;
- É oportuno promover licenças de paternidade passam a associar os pais ás responsabilidades domesticas e familiares desde o nascimento do filho;
- O combate aos estereótipos deve ser intensificado a todos os níveis por todas as partes interessadas e deve visar sobretudo os homens e as empresas;
- É importante preservar a empregabilidade dos trabalhadores que se encontram em licença parental através de medidas de acompanhamento durante a licença e no momento do regresso á actividade profissional.
O acesso a um emprego remunerado e com qualidade é uma garantia de independência económica para as mulheres e os homens. Acontece que persistem diferenças importantes entre mulheres e homens, designadamente quanto às formas de trabalho ou aos sectores e profissões em que estão presentes.
(Flexigurança - políticas que visam simultaneamente flexibilizar o mercado de trabalho e reforçar a segurança do emprego)

Salientando o quesito da faixa etária, no caso das vítimas estas distribuíram-se essencialmente entre os 26 e os 45 anos de idade (31,7%). Já no caso dos autores de crime, a distribuição fez-se de forma mais equitativa entre os 26 e os 55 anos (36,4%).
- Dependências da Vítima e do/a autor/a do crime
Observando os gráficos respeitantes às dependências das vítimas e dos infractores, pode-se concluir que, no caso das primeiras, a inexistência de qualquer tipo de dependência (28,5%) se destaca face às restantes. No entanto é importante salientar, em alguns casos, a existência de dependências de fármacos (4,7%), de álcool (1,4%) e de estupefacientes (0,7%).
O autor do crime, ao contrário da vítima, assume uma postura de dependência do álcool bem superior, na ordem dos 23%, seguindo-se a inexistência de dependências (16,6%) e a dependência de estupefacientes (6,1%) e de fármacos (1,7%).
- Estado Civil da Vítima e do/a Autor/a do crime
Na já habitual conjuntura de crimes praticados, o estado civil de casado, quer da vítima (45,6%), quer do agressor (49,7%) é um dado que não nos surpreende.
- Nacionalidade da Vítima e do/a Autor/a do crime
No que diz respeito á nacionalidade, a maioria das vítimas e dos agressores é de nacionalidade portuguesa, sendo contudo possível destacar alguns sujeitos oriundos de países do leste da Europa, do continente africano e do continente americano.
- Nível de ensino da Vítima e do Autor/a do crime

A ADFP, Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional, de Miranda do Corvo, na perspectiva da Igualdade da Vila, em 2007 teve um projecto, titulado de Quadrantes da Igualdade, que pretende sensibilizar para as questões da Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens estando todas as suas acções em consonância.
O projecto pretendia fazer com que as pessoas evoluíssem na compreensão do conceito de Igualdade, nomeadamente: na Conciliação da Vida Profissional e Familiar, na Violência na Família e no Local de Trabalho e nos Direitos Humanos e Migrações, para se poder alcançar um estádio de cidadania melhorado e avançar para uma discussão consciente do desenvolvimento.
Isabel Rebelo, da SEIES, no dia do lançamento do projecto referiu que “as mulheres não querem conquistar o poder mas partilhá-lo com os homens”.

Também a nível dos doutoramentos, tem havido uma evolução da participação das mulheres.
O quadro seguinte representa a evolução dos doutoramentos obtidos por homens e por mulheres, de 1995 a 2005.


